Arquivo para download: Educação (bildung) enquanto verniz: crítica ao Estado e psicofisiologia, por Wilson Antonio Frezzatti Júnior
Ao
criticar a Bildung alemã, no sentido de formação ou educação, o
filósofo alemão propõe uma nova formação. Nietzsche sempre foi
um crítico feroz de sua época, considerada decadente e medíocre,
incapaz de produzir uma grande cultura. Nesse contexto, a única
coisa que a educação (Erziehung) e a formação (Bildung) podem
fazer é encobrir – e não erradicar – a verdadeira compleição
do indivíduo, ou seja, enganar “acerca da plebe herdada no corpo e
na alma”. As críticas que Nietzsche faz à formação e à cultura
alemãs não o impedem de propor ações para uma educação efetiva.
O fragmento póstumo 9 outono 1887, intitulado “Os fortes do
amanhã”, propõe o uso de certos comportamentos para elevar o
homem: não devemos depender do acaso para a produção do homem
forte, mas devemos produzi-lo através da educação. Uma educação
que pense no futuro e não no presente: “A mediocridade crescente
do ser humano é precisamente a força que nos impele a pensar na
seleção [Züchtung] de uma raça [Rasse] mais forte: que
encontraria seu excedente justamente em tudo aquilo que a espécie
medíocre se enfraqueceria (vontade, responsabilidade, segurança de
si, capacidade de estabelecer alvos para si)” (Fragmento póstumo 9
outono 1887). Os meios utilizados para isso são: isolamento,
exercício de valores inversos ao da mediocridade, pathos da
distância. Os costumes de uma cultura elevada devem ser opostos ao
da cultura vigente decadente.
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