Arquivo para download: A evolução criadora de Henri Bergson: sua atualidade cem anos depois
No ano em que se comemora o centenário de publicação de A evolução criadora (Rio de Janeiro: Opera Mundi, 1971), indiscutivelmente a obra de maior impacto do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a IHU On-Line propõe-se a discutir e analisar seu legado. No ponto de vista da filósofa brasileira Débora Morato, da Universidade Federal de São Carlos, “em A evolução criadora, Bergson defende que a função do intelecto é adaptativa e assim naturaliza a inteligência”, e completa: “Para viver, é preciso recortar o real em função das nossas necessidades”.
Na opinião do filósofo francês Eric Lecerf, da Universidade de Paris VIII, uma das proposições mais importantes contidas em A evolução criadora é “desvendar a consciência que nos habita”, o que “nos conduz, desta forma, a atingir um conhecimento verdadeiro do ser vivo”. O também francês Pierre Montebello da Universidade de Mirail, Toulouse, saúda a filosofia bergsoniana como uma filosofia do futuro: “Bergson faz-nos entrever nossa participação num movimento criador do universo, do qual nós não somos nem a origem nem o fim. Esta idéia de um universo aberto, criador, que em nada corresponde àquele que a metafísica grega ou clássica descreveu, exerce hoje uma grande influência. O bergsonismo é uma filosofia do futuro, do tempo, da transformação”.